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terça-feira, 11 de julho de 2006
OMINI MIRANA
Eu sou Mirana Meu nome é flor Mas esta não sou eu
Eu não sou o fogo Sou a labareda, a chama e o incêndio Não sou a água Sou a corrente, a maré os rios e os mares Não sou o ar Eu sou a brisa da manhã, o vento frio e o furacão Eu não sou a terra Sou os campos verdejantes, a floresta e o tremor
Em mim não se encerram muitos Eu não sou a multidão condensada Em mim, há sim, a vida para ser todos e tudo
Eu não sou a vida Eu sou o sopro Eu não sou a profundeza escura Eu percorro com velocidade a superfície vou ao longo das distâncias Eu não sou a essência Sou o primeiro movimento e todos aqueles que se seguem Não sou a contemplação sublime do belo Eu sou o gozo profano da beleza
Eu não sou a iluminação Sou o lado obscuro da luz, mas não sou sombra Eu não sou a escuridão Por vezes porto a tocha mas não sou a guia
Não sou a certa Posso ser justa Não sou o bem Posso ser boa Não sou o mal Mas posso ser má
Sou porque posso ser quem eu quiser Estou onde quero estar pois não sou uma forma Sou o processo
Por isso digo a todos Eu não sou ser, sou estado imanente Sou a vadia imunda e a virgem sacra Sou a miséria da sarjeta e a glória palaciana Sou a da mente insana possuidora da coerência racional Eu não sou o mundo Estou em todas as coisas
Dito isto, enviem a todos os cantos Que façam cânticos, poemas e odes Que soltem injúrias, lamúrias e atrocidades Mas não se esqueçam... Por onde eu passar se lembrem de uma coisa
EU SOU MIRANA
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Anônimo poesiou às 14:01
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