Versos Passados


Fale com a Gente
Lu
Larousse

Versos Nossos
Reduto da S.O.T.P.
Meu Mundo
Blotted Paper
Em Busca do Vento Perdido
Manual Prático Para Homens

Outros Versos
Adélia Prado
Cecília Meireles
Drummond
Fernando Pessoa
Jornal de Poesia
Mário Quintana
Palavra Aberta
Roberto Carlos
Sebastião Salgado




online


Versos da Mariposa


Reduto da S.O.T.P.

Meu Mundo



Letras de Músicas




by letras.mus.br






Quero apoiar as vacinas para a Aids

Aids. 
O que mata 
é o preconceito

Doutores da Alegria






















This page is powered by Blogger. Isn't yours?

segunda-feira, 1 de setembro de 2003

Conversa da Menina Nua

- Meus Deus, num é que ela ficou nua!

- Como? Ela ainda está de roupa!

- Eu sei disso, não é o que ela veste. Foi o que ela falou!

- E o que ela falou? Grandes verdades, algum segredo subversivo, alguma peripécia juvenil?

- Não! Ela apenas sacou do armário uns poeminhas escritos num papel-de-carta da Hello Kitty com cheirinho de maçã-verde e neles confidenciou coisas que só agora algumas Mariposas puxaram de lá.

- SO!?!? E daí? Onde está o drama, a tragédia, o perigo e a emoção? Existe aí alguma coisa a se provar ou mesmo um evento de grande magnitude social?

- Não! Se existem dramas, tragédias, perigos e emoções, estas são de ordem pessoal e imagino que hoje em dia ela não esteja querendo provar alguma coisa, ou mesmo se ela quis provar alguma coisa num tempo qualquer. São coisas quase pequeninas quando vistas de fora. Mas está exatamente aí a graça desta estória. Nada a provar, nada a refutar, mas muito a dizer.

- Bla, bla, bla. Se quero escutar uma estória, quero emoções, grandes sagas, movimentos épicos...

- E depois, o que fica? Os que ficam são aqueles que vivem no presente! Não são os heróis que fazem os castelos, que aram os campos ou que vencem as batalhas...

- OK, OK, OK! Mas por que dizes que ela ficou nua? O que se revelou como tatuagem atrás do manto?

- Na verdade eu não sei bem, é mais uma coisa que se sente, no caso, que se lê! Mas pela análise do discurso podemos depurar algumas especulações. Primeiro, por que são um tanto quanto ridículos, não por serem mal escritos, mas por serem poemas de amor, e o poeta tinha razão, acho cada um deles, os poemas de amor, cada vez mais ríduculos. Segundo, são sobre esperança e temores, e já paguei muita sessão de terapia para falar deles, e uma coisa que pude verificar, é que é preciso muita carogem para externá-los, seja em papel seja em voz. Atos falhos todos nós temos, mas saber aquilo que nos afeta precisa de um pouco de paciência e reflexão. Terceiro, mas nem por isso menos importante, são poemas antigos, que por serem expostos no presente demonstram uma certa reflexividade... AHHH, desculpe, existe um quarto ponto. Ela os mostrou para o mundo.

- Mas em que isso demonstra que ela ficou nua? Alguma parte de roupa ou pele foi arrancada?

- A roupa inteira eu num sei não, mas para os nossos atuais padrões de moralidade, o decote está bem saliente. Quase nua!

Anônimo poesiou às 17:23

Também poesiaram:

...



Design: Lu Canuto