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terça-feira, 26 de agosto de 2003
(toc, toc. Com licença...)
Eu sei que poesia não é de explicar. Portanto, não estou explicando, estou contextualizando (ser uma pessoa muito verbal tem seus prós e seus contras). Vou colocar aqui coisas que nunca ninguém leu: eu, sem maquiagem, sem máscara ou sorriso falso. Vou mais além: vou começar por uma Mirana da qual eu não me orgulho. Mas que eu não posso fingir que não é parte do que eu sou hoje. Assim, é de cabeça erguida (e com as pernas tremendo) que eu tiro a roupa de mim, na minha versão mais frágil, a de três ou quatro anos atrás. Sem retoques, ou túnicas cobrindo as partes mais feias.
Comecemos, então. Antes que eu mude de idéia.
Poderia escrever um poema sobre a lua essa noite
Mas eu não a vejo da minha janela
Um poema, triste talvez,
De uma quase viva vidro flor.
No espelho, meu rosto não é o da foto
E se fosse estaria sozinho.
A lua não é mais minha
Me contempla agora de dentro de um aquário
Meu seio não é mais meu
Derreteu-se num toque que nem sinto mais.
Minhas estrelas secaram
Minhas feridas encobertas por nuvens verbais.
Me conformei com o teu toque.
Cedi meus sentidos ao seu prazer
Tapei minha vista para percorrer
Seu corpo - ou o mundo inteiro.
Ou o que vier primeiro.
09/04/1999
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Eu queria acreditar
Que não é medo
Ou fraqueza.
Queria acreditar que sou assim
Por amar demais
O mundo
As pessoas
Eu mesma.
Até que ponto a paz em todos os senido vai contra o próprio homem?
Eu queria acreditar
Mas não acredito.
07/09/2000
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Mirana poesiou às 23:11
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